Doxa apresenta mais um estudo sobre a competição política no Pará. Hoje, vamos falar sobre espectro “Direita/conservadora”, “Centro” e “Esquerda/progressista” no estado. O estudo se baseia desde a eleição de 1996. Naquele ano via-se a predominância de partidos que ganharam a eleição ligados à direita/conservadora. 58,8% dos prefeitos eleitos eram da direta/conservadora. O Centro representava 27,5%. A esquerda, por sua vez, abrangia apenas 13,7% dos prefeitos eleitos naquele ano.
Em 2000, primeiro ano da reeleição de prefeitos no Brasil, a direita permaneceu predominando as prefeituras do Pará, representando 57,3%. Os prefeitos representantes dos partidos de centro somavam 26,6%. A esquerda deu uma subida, passando para 16,1%. Já em 2004, a direita deu uma arrancada, passando para 62,9% dos prefeitos eleitos naquele ano. O centro sofreu uma queda, chegando a 18,9%. Já a esquerda continuou subindo, somando 18,2% nesta eleição de 2004. O que se verifica que até esse período a predominância era do PSDB e partidos aliados que dominavam a política paraense.
Em 2008 o quadro começa a mudar. O PT estava governando o Pará. A direita sofre uma queda espetacular, saindo de seus 62,9% e passando para 41,3% dos prefeitos eleitos naquele ano. Os partidos de centro e de esquerda são impulsionados, chegando os dois espectros a 29,4% de prefeitos eleitos.
Em 2012 já com a derrota do PT e a volta do PSDB ao poder no estado, a direita dá uma recuperada, chegando a 45,1%. Os partidos de centro continuam subindo, chegando ao patamar de 33,3%. Já os partidos de esquerda começam a ter uma baixa, caindo para 21,5%. Em 2016, ainda na predominância do PSDB e aliados, os partidos de direita alcançam 52,1% de participação nas prefeituras. Os partidos de centro continuam subindo, somando, agora, 38,9%. Enquanto isso, a esquerda vai desmoronando, chegando a apenas 9,0% de participação.
Em 2020 já com o governo do MDB e seus aliados, o quadro muda substancialmente. Os partidos de centro acumulam 61,1% das prefeituras no estado. Enquanto isso, a direita vai caindo, chegando nesse ano a 32,6% de participação. A esquerda, por sua vez, continua desmoronando, somando em 2020 apenas 6,3%.
Nas eleições de 2024, direita e esquerda sofrem uma queda acentuada. A direita cai sua participação para 25,7%; enquanto a esquerda estaciona nos seus 3,5%. Já o centro chega ao patamar de 70,8% de domínio das prefeituras paraenses.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do TSE.
OS ESPECTROS EM VOTOS:
Agora vamos analisar o tamanho de cada espectro de poder no Pará, isto é, a quantidade de votos que cada um tem hoje. O centro soma 2.750.782 (Dois milhões, setecentos e cinquenta mil, setecentos e oitenta e dois) eleitores no estado, ou seja, 55,5%. A direita ficou com 1.641.201 (Hum milhão, seiscentos e quarenta e um mil, duzentos e um) eleitores, o que equivale a 33,1%. A esquerda governa para 563.364 (quinhentos e sessenta e três mil, trezentos e sessenta e quatro) eleitores no estado do Pará, equivalendo 11,4%.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do TSE.
Ao fazer um recorte apenas de Belém (baseado na quantidade de votos que os partidos obtiveram no primeiro turno), vamos obter o seguinte resultado: O número de eleitores ligados aos partidos de Centro soma 399.708 (trezentos e noventa e nove mil, setecentos e oito) eleitores, o que equivale a 49,8%. Já os eleitores ligados aos partidos de direita são 321.672 (trezentos e vinte e um mil, seiscentos e setenta), significando em termos percentuais 40,1%. Já a esquerda, em Belém, reduziu-se para 80.454 eleitores, o que representa apenas 10,0%.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do TSE.
DORNÉLIO SILVA
Cientista Político da DOXA
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